sexta-feira, 1 de junho de 2007

Limites nas relações humanas...

Existe uma espécie de preconceito ético segundo o qual havendo múltiplos interesses conjugados, especialmente profissionais, qualquer interesse romântico deva ser sacrificado em benefício da paz social ou do ambiente de trabalho.

É fácil de perceber esse preconceito ao notar que interesses românticos entre professores e alunos, prisioneiros e carcereiros, patrões e empregados, juízes, promotores e advogados entre si, executivos e secretários, médicos e enfermeiros, etc. são sempre questionados e imediatamente eleitos objetos das mais contundentes críticas.

Ora, se por muitas vezes realmente tais relacionamentos possam criar situações de certo modo embaraçosas, deveria ser consensual, a princípio, que se não há interferência na capacidade profissional de ambas as partes e nenhuma delas se vale do um cargo/poder para poder alcançar uma vantagem sentimental ou sexual indevida, uma relação romântica poderia tornar o ambiente de trabalho muito mais produtivo e agradável.

Em se tratando de relacionamentos entre patrões e empregados, certo é que o politicamente correto dominou as relações, criando um ambiente de terror onde qualquer gracejo poderia ser interpretado como assédio sexual, especialmente na clássica situação do patrão que se interessa pela empregada. Aliás, é chavão que esse exagero politicamente correto matou a paquera, posto que, sendo humanos, a distinção entre a paquera inofensiva e o assédio é de cunho altamente pessoal e variável segundo as concepções morais de cada um.

Com o tempo esse tipo de distorção deverá se corrigir, se combatendo os excessos do politicamente correto que engoliu o mundo nos anos 90. Reflexo disso já recentemente o Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (sempre a região mais progressista em termos de jurisprudência) decidiu por distinguir a inocente paquera do assédio propriamente dito, o que se espera se consolidar por todo país.