terça-feira, 28 de abril de 2015

Recuperação e Conquistas

Não importa como as coisas pareçam difíceis, sempre há chance para recuperação.

Na verdade, não existe derrota, existe transição. Reveses são somente adiamentos do sucesso que merecemos e nossos fracassos são apenas lembretes que, muitas vezes, para alcançar nossos objetivos, temos que reavaliar nossas opções e mudar de estratégia. A única derrota definitiva é a desistência.

Quando nos deparamos com problemas aparentemente insolúveis, isso simplesmente quer dizer que eles não podem ser solucionados da forma que tentamos até ali.

Às vezes precisamos nos dedicar mais, pura e simplesmente. Se um contratempo serviu para nos lembrar disso essa já foi, por si só, uma experiência que nos fez crescer e acordar.

Outras vezes o problema nem é o quanto se dedica, mas como se dedica. Saber como fazer certo é muito importante, e na dúvida, nunca é vergonha buscar orientação.

As frustrações são temporárias, as conquistas são definitivas. Tenha isso em mente. Da mesma forma que devemos buscar orientação com quem possa nos ajudar, devemos nos afastar das pessoas e dos vícios que prejudicam nosso progresso, por mais doloroso que isso possa parecer no momento. Em retrospectiva de um futuro melhor, fica absolutamente claro que não é só recomendável, mas necessário, nos livramos desses pesos, que nos arrastam para as profundezas da mediocridade e da infelicidade, e que carregamos inutilmente, por capricho, por vaidade ou por qualquer outra razão injustificada. Não se preocupe com o que deixar para trás: quando nos fazemos melhores, coisas melhores aparecem naturalmente em nossa vida.

Acredite em você mesmo. Se foque em seus objetivos e nunca perca a esperança. Enquanto estivermos trabalhando para isso, todo dia tem potencial de ser um dia melhor.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Conto - Pacote

PACOTE
por Murilo Alexandre

Bolachas de tipos diferentes, recém-fabricadas, conversavam sobre o futuro. Na condição de guloseimas que eram, sua preocupação (e missão na vida) era essencialmente a de proporcionar o maior prazer possível ao paladar que satisfariam, e quão apreciadas seriam por esse motivo, e não era outro o tópico da discussão.

A bolacha de chocolate disse: “Desculpem a honestidade, companheiras, mas serei a mais amada de todas. Sei disso porque já fiz as contas e determinei que está garantida minha posição como última bolacha do pacote”.

Pois Isso não é nada.” – retrucou a bolacha de coco, que continuou: “Serei a última bolacha do último pacote de uma embalagem que vem com vários pacotes, e serei muito mais admirada.”

A bolacha de limão deu uma risada e disse: “Pois eu, amigas, sou a última bolacha do meu tipo, e serei a última do último pacote que será fabricado. Não podem se comparar a mim no amor que receberei.

Sem chegarem a um acordo sobre qual era a mais deliciosa e que mereceria a maior admiração por suas qualidades, as três se separaram, foram embaladas e vendidas, como é o destino natural das bolachas.

O pacote da bolacha de chocolate foi aberto numa reunião social e todo seu conteúdo foi despejado numa bandeja rasa e servido aos presentes. Horrorizada, ela foi deglutida sem nenhuma distinção ou deferência especial, por alguém que passava ali por acaso, aprendendo na experiência que a mera posição em que se está no momento não é por si só garantia de sucesso, pois o mundo muda as posições o tempo todo, destruindo ou criando igualdades.

A bolacha de coco foi comprada por uma entusiasmada comedora por bolachas, que o fazia aos montes. Enquanto ainda estava sendo devorada, entre os dentes que a mastigavam, observou que a mulher já abria o próximo pacote da embalagem seguinte, sem lhe dar nenhuma importância especial. Tirou por lição, naquele breve instante, que sempre existirão novas embalagens, com novos pacotes de novas bolachas, e por isso não era e nem nunca fora insubstituível como havia se iludido.

Aberto o pacote da bolacha de limão, por sua vez, a mesma acompanhou, cheia de ansiedade, enquanto as irmãs de pacote, que estavam a sua frente, iam sendo retiradas. Custava chegar sua vez. Finalmente, durante o lanche de um garoto, viu chegar sua hora de ser consumida. Sua antecessora imediata finalmente saiu de sua frente, retirada pelo garoto, que enquanto a mordia comentou: “Que bolachas horríveis! Não é à toa que pararam de fazer!” – e jogou o resto do pacote no lixo.

-x-x-x-

Esse é o conto de abertura da obra Curtos Contos e uma Comprida Confissão, que pode ser adquirida aqui:
Curtos Contos e uma Comprida Confissão

terça-feira, 21 de abril de 2015

Quem cedo madruga...

Qual a ajuda quem cedo madruga quer de Deus? Certamente para não precisar mais madrugar cedo.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Quem?

Quem
Quem sou
Quem sou eu
Quem sou eu para
Quem sou eu para questionar
Quem sou eu para questionar quem
Quem sou eu para questionar quem sou
Quem sou eu para questionar quem sou eu?
sou eu para questionar quem sou eu?
eu para questionar quem sou eu?
para questionar quem sou eu?
questionar quem sou eu?
quem sou eu?
sou eu?
eu?

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Oração Pedindo Proteção

Meu Deus,
Nas horas de maior dificuldade,
O Senhor sempre me socorreu,
Me deu consolo, orientação,
E iluminou meu caminho, para que eu pudesse escapar das tentações do mundo.
Rogo-Te agora, ó Deus,
Que o Senhor continue me guardando,
Me protegendo e guiando,
Para que eu faça por merecer,
Todo amor que tens por mim.
Amém.

Essa é uma das orações desse livro.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Reconhecimento a Coragem de um Religioso

Criticar a religião é muito fácil - e está na moda.

Mas o que me proponho a fazer nessa postagem é justamente o contrário. Quero elogiar a postura exemplar do Padre Fábio de Melo, que nesse domingo (14/04/2015), demonstrou ao postar em seu twitter um conjunto que formou o seguinte texto:

"Não sou o professor Girafales, mas gostaria de fazer um apontamento. Já falei muito sobre o assunto, mas sempre volta como se fosse novidade.
A união civil entre pessoas do mesmo sexo não é uma questão religiosa. Portanto, cabe ao Estado decidir.

O Estado decide através dos que são democraticamente eleitos por nós. São eles que propõem, votam e aprovam as leis.
Aos líderes religiosos reserva-se o direito de estabelecerem suas regras e ensiná-las aos seus fiéis. E isto o Estado também garante.
Se sou cristão católico, devo observar o que prescreve a minha Igreja. Lembrando que o cristianismo é uma Lei inscrita na consciência.
As igrejas não podem, por respeito ao direito de cidadania, privar as pessoas, que não optaram por uma pertença religiosa, de regularizarem suas necessidades civis. Se duas pessoas estabeleceram uma parceria, e querem proteger seus direitos, o Estado precisa dar o suporte legal.
São situações que não nos competem. A questão só nos tocaria se viessem nos pedir o reconhecimento religioso e sacramental da união.
Portanto, vale a regra de Jesus: 'Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus!' Mc 12, 17.
Para encerrar. O cristianismo nunca foi vivo e convincente como nos primeiros séculos, período em que vivia apartado do Estado.
"
A visão do padre demonstra um conhecimento profundo da importância da separação da Igreja do Estado, necessária para a sobrevivência de ambos. E isso merece calorosos aplausos.

Se todos os religiosos e não religiosos tivessem esse tipo de discernimento quanto a Laicidade, o mundo seria muito mais equilibrado.

O que promove a desarmonia dos povos quanto a fé é a estranha necessidade que certos grupos tem em intrometer-se nas searas de outrem. Se todos evitassem imiscuir-se na esfera da fé alheia, e não impusessem como os não-fiéis deveriam se portar, a harmonia estaria ao alcance das nações.

domingo, 12 de abril de 2015

Poesia do Fim do Mundo

Num momento o céu parece caindo,
O mundo está acabando,
Assistimos nossa vida ruindo,
E sob os pés o chão vai desmoronando.

Mas basta receber um carinho,
Para colocar a cabeça no lugar,
Perceber que não está sozinho,
E mundo acaba de acabar.

Não sou ninguém para dar palpite,
Na forma como a vida se conduz,
Mas vou dizer, mesmo ignorando limite,
Que enquanto há companhia, há luz.

Por isso, sem medo de estar errado,
Se deixe inundar de sentimento profundo,
Pare tudo e abrace a pessoa a seu lado,
Você pode estar salvando o mundo.

sábado, 11 de abril de 2015

Sobre Liberdade de Expressão e Humanizaredes

Liberdade de expressão não é um tema fácil, especialmente nos tempos do "politicamente correto".

Mas vivendo essa realidade, e assistindo o desenvolvimento do programa do Governo Federal nomeado pretensiosamente #HumanizaRedes (@humanizaredes), algumas coisas precisam ser estabelecidas, penso eu.

Primeiro, nunca, jamais, em tempo nenhum, nunquinha mesmo será aceitável qualquer forma de censura prévia. Não importa o nível da estupidez que sairá da cabeça do cidadão, devemos sempre deixar as pessoas se expressarem. Isso é só o mínimo. Censura prévia é uma coisa autoritária, absurda, imoral e ilógica - nem vou me estender nisso, porque a lista de pensadores ilustres que já deixou isso muito claro é gigantesca.

Segundo, ao contrário do que se diz, o fato das pessoas poderem se expressar não dá total liberdade porque sempre deverá haver responsabilização pelo que se diz. Disse bobagem grave que ofendeu a lei? Cometeu crime? Responda ética, moral e/ou criminalmente por isso. Mas seu direito de ter e expressar opinião (inclusive de mudar de opinião) - por pior que ela seja - não será ameaçado.

Terceiro, como eu já disse nesse post do facebook, o direito de expressar uma opinião, mesmo que na forma de humor escrachado e debochado, ainda assim é sagrado porque
(...)"quando todos se acovardam e temem desafiar as convenções empurradas goela abaixo pelo poder ou pelo pavor, só os mais corajosos se arriscam a fazer humor, a tentar lembrar que ideias podem sim ser discutidas, por mais tabus que tenham se tornado, e mais ainda, que há motivo para sorrir, mesmo na mais escura das noites. Quando o humor morre, é sinal que a liberdade morreu junto. Se hoje eu não posso mais fazer piada sobre o tema, amanhã eu não poderei mais nem falar sério, e depois de amanhã estarei proibido até de pensar nisso. Esse é o valor 'desse tipo de humor' - e mesmo o mais chulo e ofensivo humor serve de salvaguarda contra a sanha de censurar que vira e mexe sobe à cabeça de alguém que começou a achar que seus valores são tão bons que devem ser obrigatórios a todos. Claro que ofendido com alguma coisa alguém sempre vai ficar. Mas é um preço irrisório para pagar pela liberdade de pensamento (e de rir) que temos (e deveríamos lutar para manter)."

Arbitrar a censura é um poder grande demais para pertencer a qualquer um, especialmente ao governo, que já manda demais, e pode inclusive punir as ofensas sérias contra a honra, dentro dos limites da lei. Nesse ponto, o tal desejo de "humanizar as redes" nada mais é que querer extrapolar mais ainda a dominação sobre a população.
E é por isso que eu sempre vou ficar com um pé atrás com iniciativas governamentais de promover a "humanização" da opinião na internet. Dar a alguém nomeado e financiado pelo governo, cuja identidade sequer se conhece, o poder de dizer quais os tipos de opinião são "humanos" ou "desumanos" é uma perspectiva pavorosa.

"Nada é mais temido por um covarde que a liberdade de pensamento." - Luiz Felipe Pondé

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Versão impressa do Livro Curtos Contos e uma Comprida Confissão


E meu livro de contos está disponibilizado para venda, em versão impressa (publicação independente), através do Clube de Autores,e pode ser encontrado clicando aqui. Na página também é possível ler uma amostra.

Mantra

Que nunca me falte:
Bom senso, para que eu me apegue menos às coisas materiais e mais às pessoas;
Discernimento, para que eu não odeie nos outros exatamente o que sei que odiariam em mim;
Foco, para que eu não me perca em atividades fúteis, que nada contribuirão para meu crescimento.

Que eu melhore minhas capacidades:
De aprender, para dar valor ao que já compreendi e procurar acumular novos conhecimentos;
De retribuir, a tudo que todos os dias recebo de bom, e muitas vezes falho até em reconhecer;
De amar, de modo verdadeiro, profundo e incondicional, porque nisso está a essência da ser.

Que o sentido da vida seja dar a vida um sentido.
Que assim seja.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Tributação

Muito tem se falado, atualmente sobre estabelecer um "imposto sobre grandes fortunas", para promover mais igualdade e distribuição de rendas.

Eu não acredito que um tributo desse tipo possa trazer vantagens mais que desvantagens para a população como um todo, e a razão disso está na popular "história dos 10 homens", que já circulou muito através de e-mail faz mais de uma década, mas que não encontrei por aí em português.

Vou tentar fazer uma versão:
"Há 10 homens, todos com diferentes graus de riquezas. Vamos chama-los de Srs. A, B, C, D, E, F, G, H, I e J, sendo que o Senhor A é absolutamente miserável, o Senhor B é terrivelmente pobre, o Senhor C um pouquinho menos pobre, e assim por diante, até o Senhor I, que é riquíssimo, e o Senhor J, que é multibilionário.
Esses homens todos os dias vão ao restaurante, comem e pagam juntos uma conta de R$ 1.000,00. Como cada um tem diferente capacidade financeira, eles tem um acordo que determina o seguinte: os Srs. A, B, C e D não pagam nada, o Sr. E paga R$ 10,00; o Sr. F paga R$ 30,00; o Sr. G paga R$ 70,00; o Sr. H paga R$ 120,00; o Sr. I paga R$ 180,00 e Sr. J paga R$ 590,00.
Tudo vai muito bem, até que um dia, em razão de serem clientes tão bons, o dono do restaurante resolve oferecer um desconto de R$ 200,00 nas contas dali em diante, passando a cobrar apenas R$ 800,00 por dia. Como não seria possível distribuir o desconto igualmente entre todos, já que isso criaria uma situação em que A, B, C e D receberiam para comer, eles distribuem o desconto proporcionalmente ao que já pagam e assim os Srs. A, B, C e D continuam sem pagar nada, o Sr. E passa a comer de graça; o Sr. F passa a pagar R$ 20,00; o Sr. G passa a pagar R$ 50,00; o Sr. H assume a conta de R$ 90,00; o Sr. I pagará R$ 120,00 e Sr. J passará a pagar R$ 520,00. Observe que todos tiveram vantagem, e vários comem de graça.
Mas na saída do restaurante os homens começam a pensar no caso. F conclui que foi injustiçado porque foi descontado em apenas R$ 10,00 enquanto outros receberam vantagem sete vezes maior. Outros concordam, afinal o Sr. J, justamente quem é mais rico, conseguiu desconto de R$ 70,00, muito maior que dos outros, e isso não poderia estar certo. A, B, C, e D reclamam que não receberam vantagem nenhuma - o que é um absurdo, já que são eles os que mais precisam de ajuda. A conversa esquenta e termina com todos espancando o Sr. J.
No dia seguinte o Sr. J não aparece para comer. Os outros nove sentam e comem tranquilamente, certos que estão cobertos de razão ao promoverem a justa distribuição da conta. Isso prossegue até a hora de pagar, quando descobrem que está faltando R$ 520,00 para fechar a dívida."

A verdade é que quem é mais rico justamente é que tem mais facilidade para aproveitar as desonerações/isenções tributárias de todos os tipos ou abandonar uma imposição de divisão de renda que entender desfavorável.

É por essa lógica que eu acredito que, num país com tributos exagerados como já é o nosso, tentar onerar mais ainda a riqueza com mais e mais tributação só serve para estimular a fuga dos taxados com seus intelectos e recursos para outros países e/ou aumentar descontroladamente a sonegação de informação patrimonial - o que já acontece, também, aliás.

terça-feira, 7 de abril de 2015

A Benção da Ignorância

É comum se dizer que "a ignorância é uma bênção". E sob diversas óticas, isso é verdade.

Quando desconhecemos que há razões para sofrermos, o sofrimento quanto aquele aspecto específico realmente não existe. E quanto mais eu desconheço que deveria estar miserável, menos razões eu tenho para assim me sentir. Um dos significados da própria palavra "pureza", aliás, quer dizer ignorante - ou seja, o puro é aquele que ainda não foi corrompido pelo conhecimento.

Aprender é uma atividade de risco. Quando eu começo a pensar, nunca sei onde vou parar. Não dá para honestamente compartimentalizar o intelecto, impor barreiras de segurança para onde o pensamento não deve seguir, ou querer voltar atrás com a revelação. A grande maioria dos conhecimentos sobre a vida e o mundo são agradáveis e tranquilos, mas nunca se sabe quando vai se cair num precipício onde questionaremos a realidade do que somos, do que acreditamos ou do mundo em que vivemos, nos ferindo profundamente e de forma permanente.

Mas isso não quer dizer que a alegria só pode ser alcançada através da ignorância, ou que devemos privar o mundo do conhecimento para permitir que se seja feliz.

O primeiro problema com essa ideia é que nem todo mundo consegue ser feliz se mantendo na ignorância. Para muitas pessoas, ser ignorante já é um motivo para estar infeliz. Essas pobres pessoas têm pouca escolha: como não estão tranquilos no retiro dos incultos, vão procurar conhecer as verdades do mundo, assumindo os riscos de poderem ser ainda mais infelizes com o que aprenderem.

O segundo problema é que é falsa a noção que todo conhecimento poderá trazer infelicidade para todos. Existem indivíduos que se realizam com o conhecimento em si. Para eles, ponderar mesmo sobre as mais trágicas verdades filosóficas é razão de satisfação - não pelo conteúdo do conhecimento em si, mas porque conseguem obter a satisfação já com a possibilidade de conhecerem - mesmo que deparem com as mais duras tribulações intelectuais/filosóficas.

Logo, arriscar conhecer (e sofrer) ou se recolher nas dádivas da ignorância (na esperança de fugir da dor) é, acima de tudo, opção pessoal, que pelo menos deveria ser feita com lucidez. E o que a maioria das pessoas tem feito, todos os dias, é optado pela segunda opção.

Todas as vezes que a massa aceita sem nenhum questionamento o que é oferecido como verdade pela mídia é porque optou pela ignorância. Toda publicidade falsa que se sustenta apenas pelo apelo emocional e toda pseudociência burra da moda só fazem sucesso porque seus consumidores querem se poupar de ter que pensar. Todas as vezes que alguém de direita (ou de esquerda) bloqueia a própria capacidade crítica porque não consegue admitir que possa haver alguma ideia boa vindo do outro lado, enquanto se empanturra com absurdos vomitados por seus "iluminados" favoritos, cujas doutrinações se alinham melhor com suas preconcepções, é porque optou pela bênção da ignorância.

A ignorância é uma bênção que também é uma maldição. Toda mente fechada busca graças no obscurantismo. É preciso abri-la para deixar a luz do discernimento entrar.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Sobre Maturidade

Envelhecer não é tão ruim quanto parece. Sério.

É claro que a parte física sofre: as dores aparecem e se tornam mais constantes, não é mais possível fazer tudo que se deseja na hora que se deseja, e os exageros e abusos cometidos cobram seu preço, com juros cada vez maiores.

Mas a parte mental e emocional sofrem uma transformação notável, e normalmente para melhor.

Podemos perceber que uma das maiores aflições da juventude é a indefinição quanto ao que se é. Muito de nossa angústia deriva da incapacidade de responder para si mesmo "quem eu sou?" e "o que será de mim?". Pois bem, essas aflições obviamente não somem de uma hora para outra, mas se nunca somos capazes de racionalizar completamente as respostas dessas perguntas, com o tempo passamos por um gradual processo de aceitação das respostas que a vida nos impõe.

Um dia você percebe que sabe o que é, naturalmente. E quando isso fica claro, não importa tanto para onde se vai ou o que aconteça, pois nada pode mudar sua identidade. Não há como apagar sua história e nem remover seus acertos e erros. Suas conquistas e derrotas pessoais são eternamente suas. Você é o que é, e ninguém tem a capacidade de tirar isso.

A essa altura, em que percebemos como somos nós mesmos, há dois caminhos: recusar-se a se aceitar, e se tornar uma pessoa rabugenta, amarga e intolerante (infelizmente ocorre com muitos), ou passar pelo processo normal de entender o porquê de ser como se é.

Nesse processo de auto entendimento, mudamos muito, provavelmente sem notar, o modo como reagimos emocionalmente ao mundo que nos rodeia. À medida que nos aceitamos, há uma séria diminuição na carga de estresse que nos aflige, pelo menos quanto a nossos demônios pessoais. Ao conseguirmos avaliar como realmente somos, compreendemos automaticamente como as pessoas em geral são - e é por isso que passamos a entender melhor os outros e também aceitá-los. Ao nos conformarmos com nossa própria imperfeição, torna-se possível admitir que os defeitos são fatos da vida, que atingem todos de formas diferentes e que não tornam as pessoas menos dignas de nossa consideração.

Maturidade não é achar as respostas perfeitas para as perguntas profundas sobre si mesmo(a), mas descobrir que está satisfeito com as respostas que já tem.

Maturidade é aceitação. Essa é a parte boa de envelhecer.

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Outro Livro Publicado

E o segundo livro (primeira versão) também foi publicado na Amazon, e pode ser encontrado aqui.
Ainda aprendendo bastante sobre livros e autopublicação.
Vamos tentar agora uma edição impressa.