quarta-feira, 25 de abril de 2007

Ética e Horários de Programação de TV

No meio à enxurrada de mal-senso que sempre acompanha a discussão sobre a programação da televisão, onde muitos querem obrigar a tevê a ser uma "fonte-de-educação" ou uma "babá-eletrônica", esquecendo que o papel de educar os filhos cabe à família, a ABERT conseguiu desobrigar as redes de TV abertas a cumprir a famigerada grade de horários de programação estabelecidos pelo governo federal.

É duro de acreditar, mas ainda tem gente que não descobriu que a televisão tem botão de desligar - e que ele não é obrigado a assistir o que chama de "lixo" na TV no tempo em que poderia estar praticando qualquer atividade culturalmente mais saudável (aliás, também, como se cultura fosse passível de ser avaliada através de valores arbitrários).

O grande problema da TV é que ela é um alvo muito fácil de criticar mas impossível de vencer. E nos dias atuais é tão impensável combatê-la como instrumento de divulgação de idéias para a massa populacional que chega a ser infantil a idéia de fazê-lo.

Quer um exemplo? tente divulgar uma idéia totalmente absurda e exdrúxula em um livro. Faça um DVD ou use uma rede de televisão para divulgar a mesma idéia ridícula. Sua taxa de sucesso no segundo caso vai ser absurdamente maior que no primeiro.

Aliás, a charlatanisse pura da auto-hemoterapia, que nunca fez sucesso como idéia científica publicada, ou mesmo como livro de "simpatias", virou moda graças a um DVD de um praticante de moral altamente questionável, que apesar da formação de médico não se preocupou em publicar suas conclusões no meio científico... é a força da imagem. E como combater tal prática? Certamente não é lançando livros acerca do tema. A moda só vai acabar quando a própria TV conseguir mostrar que a técnica é proibida, mentirosa e perigosa, pois só assim atigirá a massa atualmente encantada.

Assim, devemos sempre nos lembrar que a TV (ou um DVD, ou a internet ou qualquer outra forma de comunicação de massas) está sempre buscando atender os interesses de alguém. Uma televisão jamais poderá servir de babá-eletrônica sob pena de submetermos nossas crianças a doutrinação e interesses dos produtores do conteúdo. E não há faixa de horário que substitua a autoridade que os pais deve ter sobre os filhos assistirem ou não certos programas.

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